"O cordel é também literatura
Que nasceu no nordeste brasileiro
Bem rimada e falada o dia inteiro
O retrato perfeito da cultura
Sua capa é em xilogravura
Bem talhada num taco de madeira
O folheto dá a forma verdadeira
Às histórias que sempre são impressas
Com o cordel o poeta junta as peças
Pra fazer coisa séria e brincadeira
O cordel é nascido do repente
A viola é a base do improviso
O poeta aprimora o juízo
Pra fazer cada rima diferente
Toda dupla é sempre competente
Com pelejas, martelos e sextilhas
Com oitavas, décimas e setilhas
Pra dizer de amor e de saudade
De velhice, de terra e liberdade
Do sertão e das sete maravilhas.”
Trecho de “Martelo Agalopado”
César Obeid (2009)